quarta-feira, 14 de abril de 2010

The Pattern of her dress

It was a starless night in early July. The heat was spreading through the alleys like any other sneaking man around that town. I was laying on a dirty bed at some cheap hotel; outside my window, neon eyes were gazing my body. Their dim light showed me myself: nude and sweat, breathless and hopeless. She had just walked away, swinging my view on such a static night.
Just some moments before her absence, a conversation was going on. Sitting side to side we were like two generals plotting the next battle. I didn't knew she was fighting against me. As she was telling me about her wish of moving forward, about feelings deep in her heart, her past and her future, as she was telling me... I was drawing her outlines in my mind, paiting her eyes red and her heart blue. Pain-ting, pain.
I knew that there were suffering in her voice and that things weren't the way they're supposed to be when you cast the spell ''I love you''. - Although I did love her with all my soul, I just couldn't make things right. In fact those words were a curse for her; and from the moment I said it out loud, her life became all grey clouds. And there she was talking to me on that damn hotel, "reaching for the sun". As usual, I was not helping her, I was not there. I was lost in the pattern of her dress and in the small lines on her face, observing how beautiful she was on the sunset.
She crossed the room and stood by the window. She would see nothing outside, there was nothing to be seen there. Just a poor street, filthy and yellow. But inside the room our very souls were colourless; and that sight was too painful for her. Yes, we were painted in a colourless colour, sad but true. However, her body against the window... It was such a pleasant view, the red flowers on her dress, her honey hair shining gold in the sun light, her pale skin contrasting her garnet lips.
She glanced me once more, begging for a word of help, for a way out this trap we used to call ''love''. I had no words in my mind. I just looked back at her and smiled, moaning something she was not meant to understand. On that very moment my lady closed her eyes and took one more step. How could she go any further? The was no path ahead. Well, she walked towards infinity. I ran to the window, but the only thing I could see were melting flowers. And there she was, drowning in those flowers, sinking deep and away.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Querer-te é o meu mais nostálgico pesadelo. Reza a lenda que eu te amo desde sempre. Porque tua alma é minha alma. É meu destino esvaziar-me para que tu me preenchas. Tu que segura as amarras da minha vida, para que o que foi escrito no primórdio dos tempos seja uma verdade infinita e absoluta. Mesmo que o mundo não seja mundo, mesmo que o conceito de existência não mais exista. Eu existirei em ti. E uma vida doída há de pulsar.
Te prendo porque sem ti não sei haver, me moldastes o que sou e hoje eu te pertenço; para assim fingir que és também minha propriedade. E assim inventar uma realidade que só é real vista dos meus olhos.
A dor de romper nossas correntes é insuportável. Tu não suportarias e eu, merecedora, não a desejo. Que seja o meu caminho a melancolia. Me desencantei das verdades bonitas, só conheço as feias. No entanto, a feiura não me é cabível. Não a aceito, eu a cubro de beleza, assim como me cubro para que não me vejas jamais. Eu escondo as minhas-verdades-feias, porque nesse mundo se ama o belo, e eu quero amor.



Texto escrito em 16 de Outubro de 2007.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

És como nenhuma outra; teu beijo me rouba de mim.
Não importa o que eu faça, não posso ir muito longe de ti.
Cercada de incertezas, eu sigo sendo golpeada por todos os tipos de sentimentos ao teu respeito, todos os bons e todos os ruins.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mantenho-me existindo no Limbo; sem pecado, sem religião. Um anseio de felicidade, porém sem esperança. A agonia é infernal.

"A verdade é que então na borda estava,
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infinitos ais trovoava."

Se me encontro entre Paraíso e Inferno, me sinto mais perto do chão. E no meio do caminho, não me parece absurdo encontrar o meu mundo-real. Aos olhos alheios vivo uma vida invejável, tudo mera ilusão. Se acaso alguém tentar me tocar, não há de sentir nada. Dentro de mim só existe o vazio, dentro de mim só se vê as brumas.
Eu quero o pecado, eu quero o palpável. Que Ele me amaldiçoe sete vezes se isto for o que preciso para sentir pulsar em mim um coração. Cresci ouvindo que Deus é amor. Não sendo capaz de um amor assim tão pleno, assim tão santo e superior; eu quero um amor terreno, um amor cheio de paixão. Um amor que me encha de êxtase e, inevitavelmente, de dor.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Porque tudo o que eu sou é dela

Toda vez que ela fala comigo eu perco o ar. Faltam-me as palavras, eu perco a visão, eu perco o tato. Porque tudo o que eu sou é ela. Mas se ela está junto de mim, eu não existo. Porque sonhos que se tornam realidade são somente frutos de uma fantasia inocente. E eu perco todos os meus dias e todas as minhas noites sonhando estar junto dela.

Quando eu escuto sua voz... Ah, quando eu escuto sua doce voz eu sinto que sou pessoa-de-verdade. Sinto todas as ondas desse sussurro, ondas que vão vibrando e me embalando nesse cândido cantar. Porque quando eu estou com ela o mundo inteiro é um lugar muito distante e tudo que existe tem um nome só; batizei de "eu-e-ela".

Não é que eu dependa dela, na sua ausência eu finjo existir de forma muito convincente. Tanto que até eu mesma acredito. Mas no fundo eu sou toda dela e só existirei se ela quiser me inventar.

domingo, 17 de janeiro de 2010

NOTTE BIANCA

Sob a luz da lua não era capaz de enxergar coisa alguma. Sob a tua luz somente era capaz de enxergar o meu sorriso. Debaixo do umbral estávamos as duas, meus olhos voltados pra rua, teus olhos voltados pra lua. Noites brancas nos embalavam; eu velava teu sono, sonhava teus sonhos, meus sonhos, nossos sonhos. Ah, como eu sonhava! Noites claras entravam furtivas pela tua janela, eu entrava furtiva na tua vida. Eram os raios de lua entrando pelas frestas, era eu entrando.
A lua tem medo que clareie o dia. Quando chega o sol, a lua se esconde. Eu também tenho medo que clareie o dia. E quando o sol chega, eu me escondo. Espero te observando ao longe; imaginando se teus pensamentos outrora perdidos naquela noite pouco escura agora se encontram em mim. Conto horas que passam vagarosas - Noites Brancas, venham logo! Para que eu possa mais uma vez te ter junto de mim.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

CULPA

Subiu lentamente com as duas mãos até a garganta. Tocou de leve, acariciou; tocou os olhos , foi passando os dedos levemente pela boca e depois em toda a face, brincou com os cabelos. Bem do jeito que ela gosta. Aproximou seu rosto do dela, sentiu seu cheiro doce e sussurrou no seu ouvido. Seu toque era delicado como um beijo suave. Desceu lentamente com as duas mãos até a garganta. Sufocou-a, apertou seu pescoço tremendo, cobriu a boca para abafar-lhe o grito. E aos prantos, foi a boca de quem sufoca que gritou.
Um corpo apertado contra o outro era como uma língua de fogo. Sentir o toque fazia arder lugares que ela nem imaginava existir. E seu sopro era como uma ventania que fazia as chamas se alastrarem, destruindo tudo que havia pela frente. Quando o fogo sumia restavam as cinzas, e toda aquela fumaça fazia os olhos se perderem em lágrimas. O incêndio acabou com tudo; gotículas sofridas acabaram com o incêndio.