quarta-feira, 3 de março de 2010

Querer-te é o meu mais nostálgico pesadelo. Reza a lenda que eu te amo desde sempre. Porque tua alma é minha alma. É meu destino esvaziar-me para que tu me preenchas. Tu que segura as amarras da minha vida, para que o que foi escrito no primórdio dos tempos seja uma verdade infinita e absoluta. Mesmo que o mundo não seja mundo, mesmo que o conceito de existência não mais exista. Eu existirei em ti. E uma vida doída há de pulsar.
Te prendo porque sem ti não sei haver, me moldastes o que sou e hoje eu te pertenço; para assim fingir que és também minha propriedade. E assim inventar uma realidade que só é real vista dos meus olhos.
A dor de romper nossas correntes é insuportável. Tu não suportarias e eu, merecedora, não a desejo. Que seja o meu caminho a melancolia. Me desencantei das verdades bonitas, só conheço as feias. No entanto, a feiura não me é cabível. Não a aceito, eu a cubro de beleza, assim como me cubro para que não me vejas jamais. Eu escondo as minhas-verdades-feias, porque nesse mundo se ama o belo, e eu quero amor.



Texto escrito em 16 de Outubro de 2007.

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