Mantenho-me existindo no Limbo; sem pecado, sem religião. Um anseio de felicidade, porém sem esperança. A agonia é infernal.
"A verdade é que então na borda estava,
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infinitos ais trovoava."
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infinitos ais trovoava."
Se me encontro entre Paraíso e Inferno, me sinto mais perto do chão. E no meio do caminho, não me parece absurdo encontrar o meu mundo-real. Aos olhos alheios vivo uma vida invejável, tudo mera ilusão. Se acaso alguém tentar me tocar, não há de sentir nada. Dentro de mim só existe o vazio, dentro de mim só se vê as brumas.
Eu quero o pecado, eu quero o palpável. Que Ele me amaldiçoe sete vezes se isto for o que preciso para sentir pulsar em mim um coração. Cresci ouvindo que Deus é amor. Não sendo capaz de um amor assim tão pleno, assim tão santo e superior; eu quero um amor terreno, um amor cheio de paixão. Um amor que me encha de êxtase e, inevitavelmente, de dor.
Eu quero o pecado, eu quero o palpável. Que Ele me amaldiçoe sete vezes se isto for o que preciso para sentir pulsar em mim um coração. Cresci ouvindo que Deus é amor. Não sendo capaz de um amor assim tão pleno, assim tão santo e superior; eu quero um amor terreno, um amor cheio de paixão. Um amor que me encha de êxtase e, inevitavelmente, de dor.
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