segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mantenho-me existindo no Limbo; sem pecado, sem religião. Um anseio de felicidade, porém sem esperança. A agonia é infernal.

"A verdade é que então na borda estava,
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infinitos ais trovoava."

Se me encontro entre Paraíso e Inferno, me sinto mais perto do chão. E no meio do caminho, não me parece absurdo encontrar o meu mundo-real. Aos olhos alheios vivo uma vida invejável, tudo mera ilusão. Se acaso alguém tentar me tocar, não há de sentir nada. Dentro de mim só existe o vazio, dentro de mim só se vê as brumas.
Eu quero o pecado, eu quero o palpável. Que Ele me amaldiçoe sete vezes se isto for o que preciso para sentir pulsar em mim um coração. Cresci ouvindo que Deus é amor. Não sendo capaz de um amor assim tão pleno, assim tão santo e superior; eu quero um amor terreno, um amor cheio de paixão. Um amor que me encha de êxtase e, inevitavelmente, de dor.

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